Era uma vez, duas princesas que moravam nas torres mais altas do
castelo. Uma era invejosa e a outra era muito bondosa. Cada uma tinha um
papagaio, um presente do seu pai, o rei.
A princesa invejosa sempre invejava a irmã bondosa e dizia: - Você
é querida, todos te adoram, mas não consegue nem manter o papagaio dentro da
gaiola, se ele gostasse de você não ficaria fugindo.
Mas o que ela não sabia era que a princesa bondosa soltava o
papagaio todos os dias pela manhã, pois não achava justo ele ficar engaiolado o
tempo todo. Ele saia e sempre voltava com uma pedra preciosa ou uma linda flor
para a princesa. Ele descrevia lindas paisagens, com cachoeiras, descrevia o
cheiro de terra molhada, descrevia as cores das flores que encontrava, e de como
o arco-íris brilhava atrás das colinas. A princesa sempre ficava feliz sabendo
que havia coisas tão belas lá fora.
Enquanto isso, o papagaio da princesa invejosa sempre ficava preso.
Ela nunca deixava ele sair e como ele não via coisas novas, os assuntos eram
sempre os mesmos.
Ela perguntava: - Não é óbvio que sou mais inteligente que minha
irmã?
E o papagaio respondia: - Claro!
E ela ainda perguntava: - Não é verdade que sou melhor que minha
irmã?
E o papagaio respondia: Claro!
E assim eram as conversas que tinham. Sempre a princesa querendo
ouvir elogios do pobre papagaio engaiolado.
Enquanto isso, o quarto da princesa bondosa estava ficava cada vez
mais enfeitado pelos presentes que o papagaio trazia. E um dos presentes
preferidos dela, era um lindo diamante que brilhava em diversas cores.
Em uma noite de festa, a princesa bondosa usou o diamante.
Sua irmã, como sempre, invejou e perguntou: De onde você tirou
esse diamante?
A princesa bondosa respondeu: - O meu papagaio me trouxe.
Imediatamente a princesa invejosa foi até o quarto da irmã e
quando entrou se surpreendeu com as belezas que haviam no quarto! Abriu a
gaiola e levou o papagaio para a sua torre. A princesa bondosa voltou para o
quarto e viu que a gaiola estava aberta. Ficou triste, pois o papagaio havia
ido embora sem nem ao menos se despedir. Então foi para a torre da sua irmã
perguntar se ela não havia visto o papagaio.
A princesa invejosa se apressou em responder que o único papagaio
que estava no quarto era o dela e que a irmã estaria confundindo porque eles
eram iguaizinhos. Ela ainda disse: - Ele fugiu de você porque você é chata. Mas
a princesa bondosa nem ouviu, pois estava chocada ao ver como era o quarto da
sua irmã: Sem brilho, as paredes eram escuras, não havia perfume de flores.
Então ela foi para o seu quarto chateada pelo sumiço do papagaio.
A princesa invejosa soltou o papagaio da sua irmã e ordenou que
ele trouxesse presentes para ela também, porém o papagaio se recusava e cantava:
“Menina mimada,
não vai ganhar nada!
Solte o seu papagaio,
ele não é seu lacaio!”
A princesa invejosa respondeu: - Eu não solto ele porque ele vai
fugir de mim e quem vai ficar me elogiando? Vá você!
E o papagaio cantou:
“Se você tratar ele bem,
ao fim do dia ele vem.”
Mas a princesa invejosa continuou: - Se você não for, nunca mais
vai sair dessa gaiola!
O papagaio então fingiu que iria buscar presentes para ela e
quando ela o soltou, ele foi voando para o quarto da princesa bondosa e contou
tudo o que aconteceu: contou que o prendera, e que não cuidava bem do seu
papagaio. A princesa bondosa então foi até o quarto da irmã e a encontrou
chorando com a gaiola aberta.
- O que houve, irmãzinha? -
perguntou a princesa bondosa.
A princesa invejosa respondeu: - Soltei meu papagaio para me dar
presentes como faz o seu, mas ele fugiu! Agora eu não tenho mais nada!
A princesa bondosa respondeu: - Mas eu não solto meu papagaio para
me dar presentes. Eu solto porque o amo. E ele traz o que encontra porque me
ama. Eu nunca pedi a ele que me trouxesse nada!
A princesa invejosa chorou pela perda do papagaio, chorou até
pegar no sono. Quando acordou, viu seu papagaio com uma linda flor no bico... A
mais bela que a princesa já tinha visto.
Ele disse: - Desculpe a demora, é que eu queria te dar um presente
melhor que o da sua irmã. Agora ela vai te invejar também.
Então a princesa envergonhada percebeu que o melhor presente que o
papagaio trouxe não havia sido a flor mais bela, mas sim a felicidade
compartilhada.
Não eram as pedras ou as flores que deixavam o quarto da sua irmã
bonito. Era o amor e a amizade que havia nele.
E a partir desse dia, os papagaios saíam juntos, enquanto as
princesas trocavam e compartilhavam presentes. E como o seu coração estava
cheio de amor, a inveja foi embora, pois não havia mais espaço para ela no
coração da princesa.
P.S.: Quando eu era criança, meu pai às vezes pedia personagens que queríamos na história que ele criaria antes do meu irmão e eu dormirmos. Eu pedi que a história tivesse uma princesa e um papagaio, por conta de uma fita cassete da série do Aladdin que minha mãe havia comprado. Ele contou uma história que não lembro, mas tenho quase certeza que era de amor, onde um príncipe e uma princesa usavam um papagaio como meio de comunicação. Hoje eu estava nostálgica. Nasceu uma linda menina na minha família nesse mês de novembro e pensamentos da infância vieram a tona. Então decidi escrever essa história e misturei alguns elementos: personagens de uma história esquecida, mas que registra o sentimento de amor; e adaptações, para lembrar que o amor está em todas as gerações.
P.S.: Quando eu era criança, meu pai às vezes pedia personagens que queríamos na história que ele criaria antes do meu irmão e eu dormirmos. Eu pedi que a história tivesse uma princesa e um papagaio, por conta de uma fita cassete da série do Aladdin que minha mãe havia comprado. Ele contou uma história que não lembro, mas tenho quase certeza que era de amor, onde um príncipe e uma princesa usavam um papagaio como meio de comunicação. Hoje eu estava nostálgica. Nasceu uma linda menina na minha família nesse mês de novembro e pensamentos da infância vieram a tona. Então decidi escrever essa história e misturei alguns elementos: personagens de uma história esquecida, mas que registra o sentimento de amor; e adaptações, para lembrar que o amor está em todas as gerações.
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