A vingança é um sentimento de revanche, não há problema a ser resolvido nem uma lição a ser aprendida. Já dizia Seu Madruga: "A vingança nunca é plena, ela mata a alma e a envenena". Apesar da felicidade a curto prazo, esse sentimento nos causa a infelicidade porque é desgastante ter que se vingar o tempo todo. E nos sentirmos infelizes é sinal de que perdemos nosso ponto de referência ao seguirmos ideias alheias e vivemos num mundo ilusório.
A vingança nos dá essa sensação de poder, de liberdade, de dono de nós mesmo e da vida dos outros. Nos sentimos invencíveis, indomáveis. Mas isso porque ela não tem limite. E o problema é justamente esse. Nunca alcançaremos a vingança satisfatória. É necessário demarcarmos os limites. Se não o fizermos seremos absorvidos e absorveremos tudo incluindo o indesejado.
A vida fica mais leve quando percebemos que os problemas são causados pelas inseguranças e imperfeições que temos. Quando nos colocamos como responsáveis, viramos responsáveis e cuidamos para que o problema causado por outrem não se repita. Crescemos com a experiência, evoluímos, identificamos e disciplinamos nossos pontos fracos - sim, nossos, é sempre bom ter em mente que aquilo que você acredita a respeito de si próprio também é sua proteção e projeção - e aprendemos a dominar as correntes do rio, nadando e se movendo com graciosidade, causando pouca perturbação na água.
O aperfeiçoamento busca a perfeição, não o contrário. Se já estamos todos perfeitos, como conceber a ideia de nos aperfeiçoarmos? Devemos, primeiramente, aceitar as imperfeições, tanto em nós quanto nos outros. Estamos todos em processo de aprendizado. Não seja o espelho de quem errou com você, seja você mesmo.
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