Ufa! Que difícil admitir isso! Me sinto mais descontraída! :)
Então, recapitulando: Eu descobri que queria tanto tanto tanto a atenção daquela pessoa porque isso faria eu me sentir importante. Eu seria o interesse de alguém que acredito que só se interessa por coisas interessantes, logo, eu seria interessante. Mas houve uma pergunta - que não vou expôr aqui - que me fez dar a seguinte resposta:
"Me incomoda porque eu o amo, e ele sendo indiferente comigo significa que meu amor, que é a coisa mais preciosa que um ser humano poder ter, o amor próprio, não é o suficiente. é como dizer para uma vida que ela não tem sentido, que ela já pode ir embora da terra porque o que ela tem de tão precioso, que é o amor, não está valendo muita coisa."
Quando eu li essa minha resposta fiquei um tanto horrorizada. Meu amor estava com defeito. Aquela resposta não estava muito com cara de amor porque se eu o amasse eu ficaria genuinamente feliz por ele, respeitaria a época de amizade que vivemos, respeitaria a vida que ele decidiu seguir, e respeitaria a minha vida! A vida que eu estava levando, que eu decidi levar.
E as pessoas notam quando não nos respeitamos, quando nos deixamos a deriva, quando estamos infelizes. E se quem nota isso for uma pessoa boa e decente, ela vai acabar se afastando da gente. E se for uma pessoa má, ela vai se aproveitar e nos desrespeitar mais ainda. As pessoas boas e decentes deveriam ficar conosco e nos ajudar? Eu acredito que elas sempre tentam. Mas se não nos respeitamos, se estamos insatisfeitos com nossa vida e não fazemos nada para mudar, acabamos nos tornando pessoas tóxicas. E elas fazem muito bem em se afastar. Não nos afastamos de gente babaca? Por que elas não se afastariam?
Notei que eu estava sendo uma pessoa tóxica e mesquinha e deveria me perguntar mais vezes o que me deixava triste e feliz. Sim, feliz também. O exercício é para qualquer sentimento intenso, não só os ruins. Eu ficava feliz quando a tal pessoa vinha falar comigo, o dia ficava até mais colorido, mas eu ficava feliz porque tinha meu ego massageado por ela ter me dado atenção e não por ela ter falado alguma coisa que me acrescentou em algo. Então era um péssimo motivo para ficar feliz. E acredito que o que nos motiva diz muito mais a respeito de nós mesmos do que o que fazemos.
Por exemplo: Harry Potter!
[MOMENTO DISPERSÃO]
Me aproximei de pessoas não tão legais por elas gostarem de algo que eu também gostava. Tínhamos o mesmo interesse! Quando conhecemos alguém que gosta de algo que também gostamos temos a sensação de que somos super iguais! Daí você vai ver, a pessoa é da Sonserina, você é da Corvinal. Ela tem uma tatuagem da Marca Negra, você tem uma tatuagem do Pomo de Ouro. Ela detesta a personagem tal e você a ama... Quer dizer, dentro do universo de Harry Potter, vocês tomam caminhos diferentes. Eu me interessei por Harry Potter por um motivo e pessoa por outro. O interesse podia ser o mesmo, mas os motivos não.
Eu sei, não se faz amizade com alguém só porque a pessoa ama hambúrguer e você também. Mas na época isso não estava tão claro para mim, até porque adolescentes sempre querem se encaixar em algum lugar e eu não fugia a regra. Claro, nunca fui do tipo que tentava me encaixar em qualquer grupo a todo custo, tinha meus princípios e preferia andar só a ter que traí-los. Mas encontrar finalmente pessoas que gostavam das mesmas coisas que eu foi ótimo! Quando isso acontece corremos o risco de nos apegar e quebrar a cara.
[/MOMENTO DISPERSÃO]
Então me apeguei em algumas pessoas sim e coloquei muita expectativa nelas. Porque quando admiramos muito alguém acabamos caindo nessa armadilha de que a pessoa é a tal e que precisamos da aprovação dela para estarmos nos padrões elevados dela e metemos os pés pelas mãos e, querendo essa aprovação, acabamos nos magoando porque a pessoa é tão normal quanto nós e nós tão capazes quanto ela. E assim as coisas ficaram mais saudáveis para mim: quando notei que a tal pessoa poderia ser alguém que eu poderia aproveitar muita coisa se parasse com essa ideia de que eu tinha que ser interessante para ela. Eu me liguei que poderia crescer com isso e que naturalmente, crescendo, ficaria mais interessante porque alguém que se coloca para baixo, por mais que tenha coisas interessantes acontecendo em sua cabeça, se não colocar para fora, em prática, não fará diferença.
O que me doía na convivência com essa pessoa era que eu tinha a expectativa de que um dia ela veria quão "foda" eu era e que ela só não dava a devida atenção que eu achava ser merecedora porque ela não tinha notado ainda. Olha a cabeça da louca! O que eu faço da minha vida que é tããão especial a ponto que ela escolha dar atenção a mim ao invés dos outros? Eu não sou uma alma desencarnada no Universo para que a pessoa se apaixone apenas pela minha mente, meu espírito. Eu não sou uma bola de luz, não morri ainda. Eu estou na Terra, num plano material, que precisa de atitudes físicas! E me perguntei "o que faço de bom?" e a resposta foi "eu não faço nada".
Todos temos um potencial dentro da gente, sabemos no que somos bons e esperamos que os outros enxerguem isso magicamente em nós. "Ah, mas eu sou uma boa pessoa"... Mas ser boa pessoa não basta. Quantos "cidadãos de bem" tem por aí? Era quase o mesmo argumento que eu dava pra mim mesma. Eu não quero ser cidadã de bem, que não mata e não rouba. Quero ser mais que isso. Não matar e não roubar é o básico. Eu não quero mais ser o básico. Então decidi que ia me desapegar dessa vaidade porque temos um medo de nos ferrarmos e dos outros nos criticarmos, de tomarmos uma decisão errada, parece que não podemos errar nunca! Temos um pavor de tomar no cu, que minha nossa!
Mas acho que esse exercício funcionou para mim porque:
1. Não era alguém falando aquelas coisas para mim, então eu não precisei ficar na defensiva, pude responder honestamente.
2. Meus questionamentos eram o porquê de EU ME SENTIR como eu me sentia em determinadas situações.
E enfim, temos que parar de ter medo de tomar no cu!
[MOMENTO BAIXARIA]
As pessoas tem medo de tomar no cu porque não sabem tomar no cu! Quando tu sabe tomar no cu, a experiência fica leve e prazerosa. Quando tu não sabe tomar no cu, assa e dói. Então a pergunta que temos que fazer não é "será que vou tomar no cu?" e sim "como faço para que não doa quando eu tomar no cu?" porque, meus amigos, no cu, todo mundo vai tomar! Mais cedo ou mais tarde. O problema é a vaidade das pessoas, elas querem tomar no cu de forma bonita!
Sim, isso ainda é uma analogia para se ferrar, fazer escolhas ruins. Espera que tem mais!
É por isso que dói! A pessoa não tá relaxada, não tá fazendo só por ser prazeroso e sim se vai ficar esteticamente aceitável pra quem estiver vendo, então a pessoa fica pensando que posição ela tem que ficar para não aparecer a celulite ou a estria, mas ao mesmo tempo tem que esticar o pescoço pra não aparecer a papada, e tem que ficar desconfortavelmente curvada para realçar a cintura e o cabelo não pode estar bagunçado... E aí a gente não curte a vida, não desfruta nem aproveita porque os outros podem achar feio a gente tomando no cu. Mas se estivermos relaxados e não ligando pro que os outros vão pensar caso a gente acabe tomando no cu, acaba sendo uma experiencia boa. Se o nosso foco for curtir a experiencia e não ficar pensando "será que vão achar feio o que estou fazendo?", "será que vão criticar minhas escolhas caso eu tome no cu?" não vai ser nem um pouco desconfortável. Se criticarem, agradeça a preocupação. Fim. Não é um bicho de sete-cabeças. E se nos se enganarmos com as pessoas e com as escolhas, nos enganamos e pronto! Então vivamos a vida e tomemos no cu quantas vezes forem necessárias! \o/
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