quinta-feira, 2 de julho de 2009

Momento Alice [2]

Ali. Ou lá! Já não importa mais para onde eu vá. Se é pro lado de cá que te puxa ou pro lado de lá que te leva. Se é pro lado de cá que te leva ou pro lado de lá que te puxa. Não importa se é ali ou lá. Não importa se é pro lado de cá ou pro lado de lá.
Não importa se é pra cima ou pra baixo. Não importa se é pra esquerda ou pra direita.
Não importa porque tudo é vice-e-versa e versa-e-vice. E vice-e-vice. E versa-e-versa. Não importa porque as coisas continuam. E continuam as mesmas coisas. Não importa porque as coisas mudam. E mudam as mesmas coisas.
Não importa se você vai cair do lado de cá ou do lado de lá. Isso não importa. Nem se porta. Se suporta.
Pode-se cair. Cair-se não pode. Dê o braço a torcer. Não torça o braço de quem der. Não chute o balde. O balde, chute... Já não é mais a mesma coisa. A mesma coisa já não é mais. E as coisas sempre parecem iguais. E os iguais sempre parecem as mesma coisas.
Até ali, até lá... O que importa? O que não importa? Se você cair você pára. Se você andar você chegará onde iria parar. Se quer ir para lá vem para cá e se quer vir para cá vai pra lá.
Se tudo é nada e nada é tudo... Onde estou? Onde estamos? Para onde iremos? Se é que iremos. Não importa, se estiver frio, se estiver calor... E quando não estiver?
Estás perdida, Alice, no Pais das Maravilhas...
E quando não se importar em se importar e se importar em não se importar, vai finalmente acordar. E não terá mais medo de andar ali ou lá. Afinal o sonho é cheio de loucura e fatos que são difícieis de serem compreendidos. E o mundo real é tão distante disso???

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