quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Saúde Espiritual

Para a saúde do corpo, três coisas são fundamentais: lavar as mãos, exercícios e alimentos variados em pequenas quantidades.

Mas e para a saúde da alma? Bem, o corpo nada mais é do que o reflexo da nossa alma. Então as regras são as mesmas: Higiene, alimentação correta e exercícios.

Exercite o amor todos os dias e mais ainda quando as coisas estiverem difíceis. Pois nenhum músculo se fortalece com o mesmo peso de sempre. Amar na tranquilidade é só para iniciantes.

Alimente sua alma com pequenas quantidades variadas. Isso inclui aquele brócolis fedorento que você finge que não vê servido na mesa. Não se alimente sempre do mesmo prato só porque ele é fácil de preparar e tem cheiro agradável. Um ego massageado é agradável, mas a longo prazo fica frágil, fraco e qualquer coisinha o fere. Não se alimente apenas de uma fonte, ela pode estar contaminada. Varie seu cardápio, abra sua mente para novas ideias, novas experiencias e outros pontos de vista inclusive os que você não simpatiza.

Lave as mãos da sua alma, antes e depois de qualquer feito. Não leve adiante suas mágoas, ressentimentos e culpas.  Não contamine as próximas boas ações com as anteriores. Cada experiência é única. Por isso, lave suas mãos antes de tocar um coração.

O amor exige nosso melhor, trabalha os músculos da alma, é um estilo de vida bem Puxado que traz felicidade e satisfação no fim do dia.

Aos vagabundos, só resta à fAcilidade e mediocridade do ódio e desdém.
Se algo estiver fácil de odiar e menosprezar, repense. O ódio deveria ser algo eventual, não uma rotina.

É compreensível que a reflexão cause incômodo, pois é no nosso reflexo que vemos nossas imperfeições, tanto corporais quanto espirituais. E assim como queremos disfarçar as imperfeiçoes do corpo, queremos disfarçar as da alma ao invés de trabalharmos pesado nisso.

Logo, é preferível se exercitar no Amor com pequenas doses de desafios, à forçar as pernas para fugir de suas responsabilidades.

A vitória é para os mais bem preparados de corpo e de alma.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Fazendo Meu Filme


Muitos decepcionados dizem que a vida não é como nos filmes, pois ali tudo foi ensaiado e revisado mais de mil vezes, e tudo está no roteiro. Na vida temos que improvisar! Na vida não controlamos a fala do outro e se errarmos não há um “corta!”
Mas isso é para quem acha que o filme começa ali e termina ali. Equipamentos em falta, tempo ruim, ator doente... E o roteiro terá que ser adaptado.
O erro das pessoas é não perceber que filmes podem imitar a realidade, assim como podem mudá-la.
Filmes podem te honrar, assim como podem te ofender.
Filmes podem te motivar, assim como podem te deixar triste.
Filmes podem ser documentários, assim como pode ser uma ficção.
Filmes podem ser feitos por pessoas como você, assim como pode ser feito por pessoas diferentes de você.
Porque filmes são ideias! E nas ideias sempre pensamos que o melhor há de vir. Ou que o pior há de vir. Esperamos uma coisa e recebemos outra. Assim como na vida.
Ensaiamos dia após dia e no dia da “concretização”... Um imprevisto!
Mas algum dia fará sol e é bom que tenhamos ensaiado direitinho. Ou você acha que aquela cena perfeita do pôr do sol, foi feita de primeira, sem erros ou gritos do diretor dizendo “apressem-se”? Sua vida é um filme sim... Só não foi bem ensaiado para ter um “final feliz” AINDA. :)

Começo, Meio e Fim


Cerca de 40 pessoas.
“Há muitos começos, mas apenas um fim.”
10 concordaram. Outras discordaram de cara. Outras acharam que não era bem isso.
“Há apenas um começo, mas muitos fins.”
10 concordaram. Outras discordaram de cara. Outras acharam que não era bem isso.
“Há apenas um começo e um fim.”
10 concordaram. Outras discordaram de cara. Outras acharam que não era bem isso.
“Há muitos começos e muitos fins.”
10 concordaram. Outras discordaram de cara. Outras acharam que não era bem isso. Mas pelo menos as 40 estavam com a mesma motivação: Fazer algo no meio da história.



(Muito embora alguns leitores concordem com essa motivação, outros discordem de cara, e outros achem que não é bem isso...)

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Discurso da Compensação

Uma regra que a sociedade impõe é: não levar problemas da vida pessoal para a vida profissional; não misture as coisas.
É... Mas levar problemas do trabalho para a casa todo mundo pode, né? Claro. Nenhuma empresa quer que seus negócios acabem indo mal porque seus funcionários estão mal. Mas todos concordam que quando sua vida pessoal está as mil maravilhas, isso reflete no trabalho. Aí a regra não vale, né?
Não deveríamos tirar o ânimo e deixá-lo pendurado no vestuário até a hora da saída como fazemos com o desânimo? Seria um tratamento desumano! E eu fico feliz ao ver que algumas empresas estão mudando esse conceito, que estão dispostos a conversar sobre adaptações com seus empregados, que tenham notado que você só pode ter amor a sua profissão se levar ela para o lado pessoal. Não que muitos façam isso com boas intenções, mas já foi testado o método “não misture sua vida pessoal com sua vida profissional” e os resultados não foram satisfatórios. A vida é assim: falhar e modificar. Inclusive indico o livro Ócio Criativo.
Profissão é uma escolha e escolhemos a partir do pessoal, a partir das nossas descobertas pessoais, dos nossos “dons”... Profissão não deveria ser uma obrigação. Bom, com certeza é algo que exige responsabilidade, mas a responsabilidade tem que ser trabalhada no pessoal. O que mais tem aí é gente que não ama as regras, apenas as obedecem. Mas por quê não as amam? Porque não veem sentido!
Vai parecer que estou fugindo do foco, mas compreendam que estou apenas entrando nele: Não amamos de verdade.
A resposta para esse pensamento está no que ouvimos na infância e armazenamos no cérebro como sobreaviso, consulta (como as lições hipnopédicas no livro Admirável Mundo Novo). O que ouvimos é fruto da falta de tempo para educar corretamente uma criança: o discurso de compensação. É mais rápido comprar uma criança dizendo “faça isso que é sua obrigação e depois você pode brincar” ou “come toda a comida que depois você ganha chocolate” do que sentar ao lado da criança e explicar, calmamente, os motivos pelos quais ela deve fazer tais coisas e ficar ali o tempo que for preciso.
Querendo reações imediatas, pecamos em não dar explicações. As pessoas podem até se acostumar ao “só sei que fiz e deu certo”, mas no fundo elas questionam o por que das coisas... E as fazem por pura obrigação, sem pensar em consequências e motivos.
Quem quer ter um filho tem que ter tempo para eles. Eu entendo quando o caso é de descuido e a criança não foi planejada: os pais correm para pagar as contas. Mas para um casal que planejou, não parece um plano muito bom, né? Ter um bebê e depois jogar na cara dele que você “se matou trabalhando” para dar as coisas para ele, como se ele tivesse pedido para vir ao mundo. E qual era o plano? Ter mais uma boca para alimentar, não ter tempo para ela e dizer que “a vida é assim mesmo” só para “encher a casa”? O pior é que não parece errado e, perante alguns olhos, nunca pareça porque foi algo que foi testado e deu certo para alguns. Então se der errado para outros o problema é dos outros. O que esperar de uma sociedade que aprendeu que “democracia” significa “maioria”, né?
“Ah, mas você fala isso porque não tem filhos” não é um argumento válido. Aliás, posso não ser mãe, mas sou filha e só repete a educação que recebeu, quem não tem cabeça para fazer uma nova. Tanto que conheço “pais assim” e “pais assado”.
“A paternidade, ao contrário do que julga o senso comum, não é uma habilidade que aflora naturalmente quando o homem tem sua cria, mas sim um ofício para o qual já se deve ter uma predisposição, uma certa dose de talento e muita paciência.” – (João, Maria e os Outros)
É claro que podemos aprender na prática, mas não é como na escola; se você errar, não terá outra chance. Você pode errar, apagar e corrigir o erro sim... Mas ficará para sempre a marca do lápis por trás da correção. Ou como diz aquela história “não basta tirar os pregos da tábua: ela nunca mais será a tábua lisa de antes”.
E por isso que as boas intenções não importam. O discurso de compensação não importa. Devemos amar a intenção e esquecer o real problema? Devemos nos drogar com a ilusão da boa intenção do que realmente viver o amor? A coisa boa não anula a ruim. O que acontece de fato é que um lado fica sobrecarregado e o outro vazio, além de criar pessoas visando no lucro, desencadeando a filosofia do “pagando bem que mal tem”? Alô? Uma coisa não compensa a outra! Não dá para alimentar a alma com feijão, assim como não dá para alimentar o estômago com carinho. Mas ai de nós se reclamarmos do nosso direito de viver e sobreviver! “Escolha um e contente-se!” É o que a cultura da compensação nos impõe: a não reclamar de algo porque temos outro. “Sua ingrata!”
Querer o que é seu por direito não é ser ambicioso. “Você não tem direito a nada! Tudo o que vier é lucro!” E isso dito por pessoas que QUISERAM te trazer ao mundo.
Por isso fica difícil as pessoas amarem ou, até mesmo, odiarem umas as outras. Nada é intenso. Não sabemos o que sentimos pelas pessoas que nos cercam porque não as conhecemos. Mas como elas nos dão presentes em datas “especiais” ficamos com a impressão de que elas se importam conosco. Mas elas não se importam. Elas se importam com elas mesmas. Como é tradicional, elas se sentem mal em não dar um presente... Pesa na consciência delas! Então elas dão. Tanto é verdade que muitos nem pensam de verdade na pessoa: dão um “vale-presente” e pronto, sua missão social foi cumprida. Como diria Mario Cortella: “vale-presente é o ápice do anonimato”.
Uma pessoa que é amada todos os dias do ano não vai dar falta de presentes. Mas uma pessoa que não se sente amada fica ofendida se não os recebe porque é a confirmação de que ela não ocupou o pensamento de alguém nem por alguns minutos. E a pessoa que não se sente amada e recebe presentes, pelo menos vive na dúvida “Você pode não me dar uma migalha de atenção durante o ano inteiro, mas se me trouxe bombons isso deve significar alguma coisa”. Desses três grupos, particularmente, prefiro o primeiro.
Continuando: não amamos de verdade, porque não conhecemos a verdade. As pessoas querem um amor incondicional, mas vivem impondo condições... E se questionamos? “Sou livre e desimpedido para fazer o que quiser e você não tem nada a ver com isso”. Livre e desimpedido para mentir? E não temos nada a ver com isso? Desculpem-me, mas quem mente é porque está dependendo sim da aprovação de alguém!
Aprendemos a amar de mentirinha, o lado bom... Aprendemos a amar o chocolate depois do almoço e não a refeição; aprendemos a amar o lazer depois da tarefa e não a tarefa; aprendemos a fazer as coisas por obrigação, a contragosto... Ao invés de amar suas regras, se doar conscientemente, gostar de ser parte responsável.
Outro efeito causado pelo discurso de compensação: Achamos que merecemos as coisas se nos esforçamos. Não merecemos nada! A vida é uma ação e reação que muitas vezes, sem querer ser conformista, não depende de nós. Não basta criar vergonha na cara, tomar coragem e ir falar com a pessoa amada esperando que depois de meses de carinho ela vá aceitar sua declaração de amor. “Não é você. Sou eu!” E realmente não é culpa nossa!
Muita gente não gosta de ver essa realidade, e já sai falando algo do tipo “ah, não deve ter se esforçado de verdade” metendo o pé na vida dos outros dizendo que sabe o que eles fizeram ou deixaram de fazer. Ou ainda “ah, deve estar desiludida com a vida”. Sim. Comigo, pelo menos é essa a palavra: desiludida. Se eu estou desiludida é porque outra está iludida, não é? E estar iludida é bom? Viver de ilusão, é bom? Sério mesmo?
Não se pode simplesmente estar certo em meio a ignorantes. Às vezes nem a gente sabe explicar o por que é certo e daí se não sabemos explicar para os ignorantes eles tem todo o direito de desconfiar e não acreditar. Se soubéssemos tocar num ponto crucial da vida da pessoa, iríamos nos fazer entender. Às vezes o discurso é bom, mas é direcionado ao público errado. Às vezes isso me acalma e me tira a culpa... Às vezes me irrita por eu não ter conseguido atingir o público-alvo.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Bola de Cristal

- Você pode ver o meu futuro? - perguntou a moça.
- De certa forma. - respondeu a senhora.
- Que forma seria esta?
- Bola de Cristal. Você quer?
- Sim.
- Relaxe, fique de frente para a bola e reflita. E me diga o que vê.
- Eu que digo?
- Sim. O futuro é seu. Só posso te dar instrumentos.
- Mas isso não faz sentido.
- Não faz sentido você ter o controle da sua vida? Como então faria sentido eu tê-lo? Mas não desista. Me diga o que vê.
- Eu vejo eu, olhando para um bola, numa tenda de uma senhora que diz ser vidente.
- Hmmm... Mostra que você está incerta sobre o seu futuro.
- Mas é claro que estou! Se não, não estaria aqui!
- Exatamente. Enquanto estiver incerta seu futuro será sempre esse aqui.
- Mas eu não quero isso. E como faço para ter certeza?
- Você acabou de ter uma.
- Mas como eu mudo isso?
- Tem certeza que é essa pergunta que você quer fazer? “Como eu mudo?” Será que você não quer dizer “que resposta você poderia me dar para mudar isso em mim?”
- Só posso reagir se houver uma ação!
- Você quer reagir a uma coisa que não sabe o que... Não parou para pensar em ser a ação e não a reação? Ou você quer ser a reação para poder ter uma desculpa?
- Você não está vendo o meu futuro.
- Você estava até segundos atrás.
- Você é uma charlatã. Isso não faz sentido.
- Que pena... estava indo tão bem.
- Eu não acho. Não vi moral nisso tudo. Adeus. - disse a moça saindo depressa.
- A moral - começou a dizer a senhora com a esperança de que a moça ainda escutasse - é que as pessoas simplesmente não querem refletir sobre.
A moça ouviu a resposta. Mas nada mudou, pois ela não queria refletir.
Se misturou as folhas secas sopradas pelo vento, ora fraco, ora violento e desapareceu.

domingo, 22 de abril de 2012

Histórias do Dia-a-Dia VI

- O almoço está pronto!

- Vou só lavar as mãos antes.

- Tá. Vou ligar a TV pra assistirmos enquanto comemos.

Canal de culinária. Passa.
Canal de esportes e saúde. Passa.
Canal de desenhos educativos. Passa.
Canal de filmes. Passa.
Canal religioso. Passa.
Canal de artes. Passa.
Canal político. Passa.
Canal de noticiário. Para!

Pessoas morrendo, acidentes de carro, tiroteios... Controle finalmente sobre a mesa, garfo indo à boca e olhos voltados nas tragédias.

- Só sabem falar de desgraças! A gente liga a TV para ver algo de bom e só vê desgraça!

Começa uma reportagem sobre um cidadão que levou uma carteira perdida que continha cinco mil reais à delegacia para que achassem o dono.

- Jura que eu ia devolver! Eu devolvia os documentos, mas ficava com o dinheiro para mim. Se fosse tão importante para o dono, ele não teria se descuidado...

sábado, 21 de abril de 2012

Histórias do Dia-a-Dia V

Tirei esse acontecimento do meu diário quando eu tinha uns 16 anos...


Bah, tô louca da vida! Olha o que me aconteceu hoje...

Eu indo pra escola, quando um cara começa a me cantar.

Cara: E aí, gatinha!

Eu nada respondo e continuo caminhando.

Cara: É contigo mesmo, gatinha. Tu de cabelos encaracolados. Tô tri afim de ti.

Eu nada respondo e continuo caminhando.

Cara: Que isso, minha bonequinha? Não vai nem olhar pra mim?

Eu paro e olho para o meliante: Qual é o teu problema, cara? Vai procurar tuas gatinhas num lar de adoção e tuas bonequinhas nos camelôs que eu não sou um brinquedinho teu não, rapaz! Tá pensando o quê?

Cara: Que isso, menina? Eu só quis te elogiar por tu ser linda...

Eu: Então vai elogiar os meus pais. Me deixa, pô!

Cara: É que eu que adoro cabelos encaracolados...

Eu: Então compra uma peruca pra ti!

Amigos do cara: Booohhhhh... HAHAHAHAHAHA!

Cara: Nossa, guria, como tu é grossa!

Eu: Sou mesmo. Ninguém mandou vir falar comigo.

Cara: E desse jeito ninguém vai...

Eu: Se forem como você, eu prefiro que não falem mesmo. Como que tá afim de mim sem nem saber nada de mim. só por causa de um cabelo? Fútil, babaca!

Cara: Convencida!

Acho que ele disse "tu nem é tudo isso mesmo...", mas não tenho certeza do que ele disse porque eu já estava lá adiante. Só pra não levar desaforo para a casa, retruquei.

Eu: Aham, pior. Tchau.

Daí, contei para uma colega nova na turma e ela disse:
- Ah, sei lá, depois não vem reclamar que não tem um namorado...

Hã? Sério que ela achou que isso poderia virar namoro e que eu reclamaria mais tarde? O cara só fala “que gata, que linda, que isso, que aquilo” e quer que eu leve o “to tri afim de ti” a sério? E depois, ele fala isso para todas que passam. Será que ele tá afim de todas elas mesmo? Tem que ser muito ingênua para cair nessas ladainhas... Fora que eu ignorei total os comentários dele e ele insistindo. Aí se retruco sou grossa! Ah, tá, eu deveria abaixar a cabeça que nem cachorro quando se sente ameaçado, né? Me poupe...

terça-feira, 17 de abril de 2012

Histórias do Dia-a-Dia IV

Ai, ai... Adolescentes! Aquela coisa mal (in)formada. Sempre cheios de dúvidas e curiosidades... E geralmente a maioria das dúvidas e curiosidades se baseiam em “como seduzir o sexo oposto”. Ainda bem que existem revistas femininas.

Pasmem, meninos, mas as revistas femininas não servem apenas para falar de moda, cantores, testes idiotas, signos e filmes. Eu, particularmente, lia W.I.T.C.H. que era uma revista com HQ. E, claro, na maioria das matérias, se falava sobre luas, amuletos, símbolos celtas, etc... Mas há quem lia a Capricho. Não sei como anda agora, mas no meu tempo elas eram voltadas ao público adolescente e pré-adolescente. Inclusive, outra revista (Atrevida) foi alvo de críticas por comportar dois grupos, afinal de contas, quem era pré-adolescente, ficava sabendo de certas coisas antes de se tornar adolescente. Então fizeram outra revista (Atrevidinha) com temas mais ingênuos. Pois bem, voltando a Capricho da minha época, ela era recheada desses temas “superiores”.

Muitas meninas da escola aprenderam certos truques com as revistas (porque é mais prático do que conversar com a mãe, é claro) que abordavam temas como menstruação, sexo, gravidez, sexo, masturbação, sexo, drogas, sexo, que profissão seguir, sexo oral, beijos calientes...

Pois bem, é aí que começa a história. Sim, essa história começa com sexo oral e beijos calientes.

Acontece que uma menina (e eu vou chamar de menina para não expô-la) decidiu ler dicas de sedução e carícias excitantes... E lá estava marcado em um item: - No sexo oral, você pode incrementar com um chiclete: além de deixar um gostinho bom na boca, o rapaz vai adorar a sensação de “duas linguas”.

Ai, ai... O que seria das meninas sem essas revistas instrutivas? Elas leem e tudo parece tão fácil, bonitinho, sexy... Pois bem... A menina então decidiu que no dia seguinte ia surpreender o carinha que ela gostava (até porque oral não engravida e você ainda pode dizer para sua mãe “sou virgem” sem culpa nem remorso de estar mentindo). Então, a Fominha, que nem tinha colocado o chiclete na boca e já tava pensando em chupar pirulito, encontrou o carinha que ela gostava no corredor da escola e perguntou se ele ia ficar em casa depois da aula.

Pronto. Tava tudo armado (literalmente, se é que me entende) e depois da escola a menina foi lá na casa dele... Então o clima começou a esquentar! Ela pegou seu chiclete discretamente e “caiu de boca”. Então a coisa começou. Mas... Ela não estava sentindo tanto desejo naquilo, então cada vez que ele empurrava, ela abria a boca e ia para trás. E numa dessas o chiclete cai nos pentelhos do rapaz. E de repente, ela começou a gostar sem o chiclete para incomodar.

A menina começou a chupar, puxar, mordiscar... E o chiclete se enrolando cada vez mais... Lá!

Que momento agonizante. O rapaz não sabia se tirava a menina ou se deixava. Mas logo, logo a menina se deliciou com uma substância líquida que até hoje preferimos acreditar que era o recheio do Babaloo e tudo acabou. Ela saiu sorrindo maliciosamente e disse “até amanhã”.

E o menino ficou com aquela porra sem açúcar grudada no saco! Pelo menos, se a menina desse brecha pra penetração, o cara não precisaria se preocupar com camisinha. Só ia ficar estranho um pênis rosa, mas e daí? Vagina não tem olho mesmo. Manda ver! \o/ Como ela não deu brecha pra penetração e partiu logo em seguida, ele foi para o quarto muito puto, pegou uma tesoura e tirou aquilo fora (o chiclete!...) e para deixar tudo parelho, pegou o aparelho de barbear do pai e raspou tudo.

E começou a dar coceira.

E começou a incomodar.

Foi para o quarto fazer massagem no amigo sofrido, quando seu pai chegou em casa... Com vontade de fazer a barba.

E o aparelho estava cheio de pentelho. O que fazer? Ele se trancou no quarto e começou a rezar, quando no auge dos seus arrependimentos uma luz o ilumina. Era a janela do quarto que estava aberta. Ele então decidiu sair pela janela e voltar apenas quando tivesse inventado uma boa desculpa por ter usado o aparelho de barbear. Mas no momento do pulo ele escorregou batendo com o saco na janela e gritou: AAAAAIIIIIIIIIIII!

Seu pai arrombou a porta do quarto, o viu na janela e o cenário já estava montado para que a verdade fosse dita. Mas quando o pai perguntou o que tinha acontecido, o rapaz apenas respondeu: DOR NO SACO. E caiu.

Ele nunca mais quis saber de chiclete, nem de boquete, nem de se barbear e aprendeu a fugir sempre pela porta.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Histórias do Dia-a-Dia III

Colhendo os louros do meu estágio presencio coisas engraçadas e coisas tensas. E as coisas engraçadas só existem por causa das coisas tensas... Isso para quem tem humor. Como eu ainda tenho meu pote de reserva então consigo tirar boas risadas.

Logo que sentou na cadeira da sala de Medicação, a paciente perguntou se ela teria que receber alguma injeção ou soro porque ele morria de medo de agulha. Olhei a ficha dela e lhe disse que a ordem era uma medicação intravenosa. Nesse momento uma colega me chamou na Triagem. Pedi para aguardar e saí.
Alguns segundos depois vejo a paciente passando pelo corredor indo em direção a saída. Fui até a porta da Triagem e a chamei, mas ela não ouviu (ou fingiu que não ouviu).
Minha colega, sempre preocupada com sua nota na avaliação do estágio, foi correndo procurar a Supervisora e perguntar o que deveria ser feito com a ficha porque ficou com medo de ser negligente com a situação (ou melhor dizendo, medo de receber críticas na avaliação final). E eu continuei na Triagem porque havia pacientes ali.
Depois de atendê-los, fui para a sala da Medicação. Meus colegas estavam todos ali discutindo algo. Cortei os ânimos e perguntei para minha colega se ela descobriu o que deveria ser escrito na ficha. E ela disse que a Supervisora mandou escrever:

"PACIENTE É VADIO!!"

Quê? Eu nem pensei direito, vi que minha colega estava com a caneta e a ficha da paciente na mão e voei pra cima dela, lhe tomando a caneta!

"Tu não vai escrever isso, né?"

"Mas, Érica, a Supervisora mandou! Tu quer passar por cima das ordens da Supervisora agora?"

"Mas, gente... E vocês, não dizem nada??"

"Bem, se a Supervisora disse..."

"Mas não, gente! Primeiro que se fosse vadio de vadiagem, era para ser vadia, com A no final, porque é uma mulher! E depois como fica as aulas que tivemos sobre ética, dignidade e respeito com o paciente?"

"Mas, a Supervisora disse que era para escrever PACIENTE É VADIO."

"Tá, mas... Espera... Espera aí!! Não seria PACIENTE EVADIU?

"Evadiu? Que palavra é essa?"

"Ai, gente, de evadir! Tem invadir que é quando tu entra num lugar sem autorização e tem evadir que é quando tu deixa o lugar sem autorização!"

Pronto! Fui bem didática. Agora isso vai virar apenas um caso a se lembrar com graç...

"Nada a ver! Nunca ouvi essa palavra! Para de falar merda!"

Baixou o nível total! Nisso ela tirou a caneta do bolso. Meu coração disparou como se ela tivesse puxado uma arma prestes a cometer uma injustiça!

"Eu vou pôr o que ela disse! Ela disse É VADIO!!"

Não seja grosseira, não seja grosseira, não sej...

"TU TÁ QUERENDO ME FODER, NÉ? Não vai escrever isso! Tá doida? Acabei de te explicar o que é evadiu. Uma coisa é errar por falta de conhecimento outra é errar por medo da Supervisora te criticar na avaliação porque tu ousou duvidar de algo que ela disse! Te acalma aí! Cadê os teus princípios? Uma nota vale mais do que tu aprendeu no curso inteiro? Vai chamar paciente de vadio?"

"Então nós vamos esperar até ela chegar!"

Me senti como se fosse da polícia.

"Ok, mas largue a caneta e se afaste da ficha do paciente! Ninguém vai te machucar. Nós vamos esperar a Supervisora, mas não faça nada que possa se arrepender depois!"

Eis que soa na sala a doce voz da Supervisora.

"Gente, por que vocês estão todos reunidos aqui? Qual a dúvida?"

"Eu tô dizendo para ela que é para escrever evadiu! E ela insiste que tu mandou escrever é vadio!"

"Quê? É evadiu, de ir embora!"

Não recebi um pedido de desculpas, mas pelo menos evitei o que ela mesma temia: Um sermão da Supervisora por ter escrito algum absurdo na ficha.

E claro, na hora de ir embora deixei um bilhetinho para minha colega.

Hoje não tem carona. Érica evadiu. :*

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Histórias do Dia-a-Dia II

Enquanto isso, no estágio, dia chuvoso (para variar) onde todos do Posto que rezaram para que ninguém saísse de casa para se consultar... Agora correm dizendo “aimeudeus” e se esbarram em corredores e até mesmo dentro da própria sala. Triagem cheia, medicação cheia, corredor cheio e na recepção chegavam mais pacientes impacientes. Naquela correria toda, era difícil demonstrarmos carinho e atenção com os pacientes. Tínhamos que fazer o trabalho o mais rápido possível, pois havia muita gente passando mal esperando na recepção ainda, com dores insuportáveis. Maldade deixar as pessoas esperando, certo? Mas quando não está muito corrido, conversamos com o paciente, perguntamos “será que chove?” ou “torce para que time?”
Como não é era dia D(isso), corríamos para atender.
Eis que surge na medicação uma senhora. Eu disse “Oi”, peguei a ficha da mão dela e disse que poderia aguardar, apontando para um dos bancos da sala. Não olhei para ela, grudei os olhos na ficha, li a medicação e fui fazê-la. Quando estava terminando, chamei-a para tomar a injeção. Ela me perguntou qual era a medicação e eu respondi “Voltarem”. Ela disse, enquanto eu tirava algumas bolhas que estavam na seringa “Mas Voltarem não é para dor? Eu não estou com dor!”. Então, como uma luz, fui olhar o motivo do atendimento na ficha que estava em cima da minha mesa. Eu li “EDEMA NO OLHO”. Então, pela primeira vez fui dar ATENÇÃO a senhora. Me virei e disse na maior simpatia:

- Verdade, você está com um edema no olh...

E senti-me ridícula. O olho dela obviamente estava maior que a cara! Para falar a verdade, quase metade do rosto estava inchado. Então ela me olhou estranho e disse:

- Edema no olho? Mas meu problema não é no olho!

Ih, será que eu falei bobagem?
Bom, eu apenas li o que estava na ficha.
Fiquei intrigada com tudo aquilo:

- Seu problema não é no olho?
- Não. Meu problema é na boca.
- ...
- ...

Ok... Preconceito meu. A boca é da mulher e ela coloca ela aonde quiser... Mas achei estranho ela escolher o lado esquerdo do olho para fazer isso. Como disse, preconceito meu...

Olhei para aquele olho saltado.

- ...
- ...

Olhei para a boca.

- ...
- ...

CLOSE no olho saltado.

- Seu problema NÃO é no olho, senhora?
- Não!
- ...
- ...
- o_o
- o_O
- Ok... Vou chamar a enfermeira. o_o’
- Faça isso, porque eu não vou tomar uma medicação só por tomar...

Chamei a enfermeira, expliquei o caso e fomos à Medicação. Conversando, a senhora explicou que tinha uma dor no dente que infeccionou, e foi subindo, e crescendo... Mas afirmava não haver nada de errado com seu olho, ele enxergava perfeitamente!
A enfermeira explicou que Voltarem também tem propriedades antiinflamatórias e a senhora finalmente cedeu. Tomou a injeção. E na hora de ir embora disse que não entendeu porque acharam que o olho dela estivesse com algum problema...

o_O

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Histórias do Dia-a-Dia I

Enquanto isso, no ilustre do castelo estágio de enfermagem, o Posto vazio, dia chuvoso, nenhum paciente para atender... Eis que surge uma mãe e sua criança agasalhados até o pescoço. A mãe com um casaco cor-de-rosa bem fraquinho... Delicada e feminina, cheia dos brilhos. A criança com tênis branco, calça de brim e casaco azul escuro, cabelinho curto com cigarro na boca. Apenas vi chegarem. Eu estava na Medicação.
Passou-se o tempo e a medicação estava vazia. Fui para a Triagem, onde estava a mãe e sua criança. Todos os meus colegas estavam lá. O oximetro não estava funcionando. Então meus colegas foram fazendo perguntas:

"- ELE teve febre?
- ¬¬
- Teve?
- Não vi.

- A senhora sabe o peso DELE?
- ¬¬
- Sabe?
- Não... Deve ter perdido peso, já que vomitou a noite inteira.

- ELE tem asma, bronquite...?
- ¬¬
- Tem?
- Não que eu saiba."

Enquanto todos faziam perguntas eu dava uma olhada na ficha da criança: Idade, bairro, nome... Então me espantei e o pensamento saiu em voz alta:

- VITÓRIA???

A mãe da criança em olhou estranhou.

"- É, é Vitória o nome DELA. Por quê?
- Ham... É um nome tão bonito! =D
- Obrigada! =]"



Não seria Vítor?

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

O Amor Não Está em Falta

O que observei no ano que se passou foram pessoas que dizem amar a vida, as pessoas - e dizem respeitá-las - reclamando da falta de amor no mundo.

Falaram de coisas bonitas, compartilharam lindos textos com os amigos, mas dizem que o mundo está perdido, que não tem salvação.

Quem vive rodeado de coisas boas e abençoadas não deveria pensar que falta amor no mundo, mas sim ser testemunha desse amor, transbordá-lo. No momento em que amamos, o amor está agindo em nosso ser! Como ele poderia estar em falta?

Deus mandou amar o próximo justamente para espalharmos amor. Ele não pediu para amarmos nossos iguais, nossos semelhantes, isso é chover no molhado. Ele mandou amar o próximo porque o que está próximo da gente precisa ser abençoado, precisa ser amado.

Que não caiamos no erro de tornar o amor algo raro, algo valioso que só nós, pessoas extremamente evoluídas e especias, temos posse. Amor não é posse.

Que não caiamos na armadilha de usar o amor para nos gabar e nos vangloriar e inflar nossos egos, e sim, agradeçamos esse milagre de poder amar.

Na Bíblia diz:


"O amor é paciente, é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha.
Não se porta com indecência, não busca seus interesses, não se ira facilmente, não suspeita mal."

1 Coríntios 13:4,5

O amor é algo belo e por isso é honrado com palavras, é lembrado com mensagens... Todos têm um texto favorito sobre o amor. É bom ter uma mensagem de amor em casa, uma mensagem sobre o amor no seu profile do Orkut (ou, agora, no Facebook) e na sua agenda. É bom, pois realmente o amor está em tudo. Onde se vai há uma mensagem de amor. Mas melhor do que tê-lo em casa ou na agenda, é tê-lo no coração para levarmos para onde formos e espalhá-lo por onde andarmos.

Porque não, o amor não está em falta como querem nos fazer acreditar. Ele só é poderoso como a luz de Deus, que de tão resplandecente, pode cegar os olhos que não estão familiarizados. O amor é um grande poder, mas grandes poderes, trazem grandes responsabilidades. E só nos obrigamos a nos responsabilizarmos quando entendemos que estamos sozinhos, que somos livres. Porque o amor é liberdade. Ele não está em falta, ele só não está parado em um único lugar, ele está correndo pelo mundo livremente.

Então peço que, em 2012, quando falarmos ou ouvirmos que o amor está em falta, que façamos uma reflexão e nos perguntemos se não é porque estamos procurando ele apenas em um lugar e não em tudo o que Deus criou.

Que 2012 seja um ano de reflexão e descobertas para aperfeiçoarmo-nos no amor, espalhá-lo e deixá-lo percorrer pelo mundo e, inclusive, dentro de nós mesmos. E não tenhamos medo de abrir o coração para o amor, pois:

"Quem tem medo não está aperfeiçoado no amor."

1 João 4:18

Bom começo de ano para todos nós!